Escolha ou Destino? O legado de Vrael

Perdido e estando sem água, alimentos ou armas o jovem Vrael continuava caminhando em meio aquele sol escaldante, seguindo sem um rumo certo diante das enormes dunas de areia daquele imenso deserto. O garoto que acabara de escapar de uma vida de escravidão se via em uma situação ainda mais perigosa, naquelas condições não demoraria muito para que o espadachim perdesse sua vida, assim como muitas outras pessoas que já estiveram na mesma situação e sucumbiram diante do tão famoso Deserto de Hadarc.

Enquanto caminhava o garoto se recordava de seu passado, pensando em seus familiares e amigos, imaginando como poderiam estar se aqueles homens não tivessem atacado ele e seus companheiros. Mesmo que depois de tal acontecimento a vida tivesse ficado mais difícil Vrael sentia que desistir não era uma opção, apesar das dificuldades ainda carregava sua honra e dignidade. Continuava arrastando seus pés em busca de algo que pudesse lhe salvar, sua boca já estava totalmente seca, começava a ser difícil falar e o sol escaldante castigava sua pele, não era possível distinguir muito bem a temperatura que fazia naquele local, mas realmente não era algo fácil de se agüentar.

-O que devo fazer!? Será esse o meu destino? Morrer no deserto após fugir com tanta dificuldade de uma vida de escravidão eterna? Gritava o rapaz com dificuldade tentando espantar a raiva e tristeza causada por tudo que vinha acontecendo em sua vida, mas aquelas perguntas só poderiam ser respondidas se o mesmo não desistisse e tentasse fazer com que a resposta delas fossem positivas para ele, com isso ele manteve-se firme como um homem de verdade.

Seguindo seu caminho o rapaz não via nada além de areia e mais areia, talvez não demorasse muito para começar a ver miragens e isso só poderia dificultar mais as coisas para ele. Depois de mais alguns minutos o garoto passava ao lado de alguns ossos, pareciam ser os restos de alguns animais que morreram ali, mas olhando melhor era possível perceber que aquilo não eram ossos de animais e sim ossos humanos... Olhando com atenção era possível ver claramente os ossos e até contar o número de pessoas que haviam morrido, eram exatamente 5 corpos que com o passar do tempo deixaram apenas os ossos naquele mundo.

Aquela imagem poderia ser aterrorizante para algumas pessoas na situação do garoto, afinal aquele poderia ser o futuro dele e nas atuais condições de Vrael aquilo poderia ser algo ainda mais perturbador. Felizmente, para a sorte do espadachim, o local não indicava nenhuma possibilidade de uma tempestade de areia e olhando para frente, numa distância de mais ou menos 500 metros, era possível ver um grupo de pessoas que seguia para o oeste, parecia ser mais de 100 pessoas e todas estavam montadas em camelos.

Aquela poderia ser a chance de Vrael, porém aquela poderia ser uma simples miragem ou mesmo um grupo de assassinos ou bárbaros, mesmo que as coisas parecessem estar melhorando ainda poderia o destino pregar uma peça no rapaz? Aquela distância ninguém havia visto o garoto e com sua boca totalmente seca junto de seu corpo fraco e desidratado, não seria possível chamar a atenção deles por meio de gritos, o garoto precisaria se decidir entre continuar seguindo sem rumo e arriscando sua vida ou tentar juntar forças e caminhar até aquele grupo de pessoas, na esperança de que eles o ajudassem, se é que os mesmos realmente existiam.

OFF: Bem, essa é a primeira aventura que eu narro... Qualquer erro me avise, mas acho que não tem nenhum e creio que da pra tirar um bom proveito do post xD Ah é, gostaria de saber qual são seus objetivos nessa aventura / Vou colocar suas falas de azul, acho que fica melhor pra diferenciar e tals

OFF:

Spoiler:

Parecia que o futuro do rapaz começava a mudar, ao perceber que uma caravana passava a alguns metros dali a felicidade tomou conta de todo o seu corpo, era como se só de ver aquelas pessoas todo o seu corpo tivesse se enchido de energia. Ver pessoas vivas naquele deserto era algo muito bom, diferente de ver apenas ossos no chão, o garoto já começava a se preparar para correr em direção a eles, mas antes que o mesmo fizesse tal ato algumas questões surgiram em sua mente, relacionando os ossos que havia encontrado com aquelas pessoas, será que aquele amontoado de mortos realmente teria alguma coisa a ver com a possivelmente única chance de salvação de Vrael?

Enquanto o jovem viajava em sua imaginação, tentando de alguma forma fazer uma ligação entre os ossos e a caravana, criando algumas possibilidades até prováveis e outras um tanto malucas, a caravana ia seguindo seu caminho sem que nenhum dos membros da mesma percebesse Vrael aquela distancia. Aceitando o fato de que aquela poderia ser sua única chance de sobrevivência o jovem espadachim decidiu tentar alcançar a caravana, mesmo que isso ainda lhe deixasse desconfortável, era como se sentisse um mau pressentimento e isso não saia de sua cabeça.

Antes de partir o garoto deu uma ultima olhada nos ossos, na esperança de encontrar alguma coisa que pudesse lhe ajudar contra o que viesse a seguir, seja lá o que fosse, mas infelizmente não havia nada além de ossos ali. Sem perder mais tempo ele reuniu suas ultimas forças e começou a correr o mais rápido que podia, a cada vez que pisava na areia sentia como se estivesse caminhando sobe o fogo, seus pés, assim como seus braços e pernas, demonstravam uma vermelhidão incomum, algumas partes estavam inchadas e outras possuíam até bolhas, de uma dor bem intensa nos locares com bolhas, que indicavam queimaduras de primeiro e segundo grau.

Vrael seguia até a caravana imaginando e torcendo para que aquelas fossem pessoas boas, imaginava que o colocariam em cima de comida e lhe dariam comida e água sem pensar duas vezes, realmente algo agradável de se imaginar naquela situação. O garoto mantinha uma velocidade média, ignorando a dor que sentia em seus membros, conseguindo enxergar melhor as pessoas da caravana, a maioria eram homens, mas também haviam mulheres e algumas poucas crianças, os camelos também estavam carregando muitos suprimentos e haviam em torno de 5 camelos que seguiam o grupo sem transportar nada, alguns homens possuíam tatuagens estranhas em seus rostos e portavam espada, lanças e algumas armas de fogo de pequeno porte.

O jovem já bem próximo da caravana pode ouvir enquanto um menino gritava apontando para ele, não era possível enxergá-lo muito bem, mas parecia ser bem pequenino e possuía uma voz bem grave, meio incomum para meninos e soava naquele tom meio irritante. -Aaahh, tem um homem ali!! Depois daquelas palavras todos voltaram sua atenção para o jovem Vrael, dois homens altos, com cabelos grandes e negros, trajados com um manto totalmente negro e um capuz, que revelava apenas seus cabelos e seus brilhantes olhos verdes, pularam de seus camelos e sacaram suas espadas, acreditando que Vrael era um inimigo.

Vrael continuava a se aproximas enquanto os dois homens mantinham-se em posição de defesa, o garoto ao chegar bem perto se pronunciou com sua voz fraca, quase imperceptível aos ouvidos dos homens. -Olá! Como vão!? Será que... Antes que o rapaz pudesse terminar sua frase o mesmo caiu no chão debruço, estava muito fraco, mas ainda estava consciente, conseguindo ouvir as vozes de algumas daquelas pessoas, sem conseguir identificar quem estava falando.

-Ele parece ser só um forasteiro perdido, devíamos deixá-lo aqui e seguir nosso caminho...

-Ah, eu concordo, esse cara ai só vai acabar trazendo problemas...

Todas as vozes que Vrael ouvia pareciam ser de homens, ao fundo era possível que o mesmo ouvisse algumas conversas paralelas, entre as pessoas montadas nos camelos, parecia que todas concordavam em deixá-lo ali, afinal, não sabiam nada sobre ele e ajudá-lo poderia ser perigoso, o garoto poderia ser um assassino, um louco ou quem sabe os dois.

As coisas pareciam estar ficando ainda mais complicadas para o jovem que estava estirado no chão, parecia que se dependesse daquelas pessoas ele morreria ali. Alguns segundos se passavam, o silêncio agora predominava aquele local, parecia que as pessoas ainda não haviam se decidido e Vrael continuava no chão sem poder fazer muita coisa, até que o mesmo sentiu uma mão em seu ombro, em pouco tempo o mesmo já estava nos braços de alguém que aparentemente estava lhe ajudando, com visão um tanto debilitada e quase desmaiado o garoto só conseguia ver a longa barba e cabelos brancos da pessoa que o carregava, enquanto ouviu uma voz grossa e num tom alto próxima de si. -Vocês são patéticos, negam ajuda a um forasteiro prestes a morrer pelo simples motivo de que não o conhecem, preferindo deixá-lo nesse deserto para morrer... Isso é uma desgraça para a tribo de vocês! Após ouvir tais palavras seus olhos se fecharam totalmente, tudo ficou escuro e sem que ninguém ali percebesse o garoto desmaiava, o que não seria uma grande surpresa.

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