Tsuru estava caído quando o homem deu um passo à frente._ Essa é toda força da raça anã? _. Dizia o homem enquanto sondava o pequenino no chão._ Tsc... – pensou Tsuru enquanto o olhava – ele tem duas vezes o meu tamanho e seus braços são poderosos de mais, não há meios de derrotar esse monstro _. Tsuru se ergueu meio tonto impulsionando o corpo para cima com o braço direito, cambaleou ao ficar de pé, mas conseguiu se equilibrar, o vento uivou ao longe quando o anão olhou seus punhos, sua arma estava toda destruída, os pregos que se estreitavam entre os grandes ossos estavam rachados, assim como os mesmos. Ele segurou o cabo de sua katana embainhada, uma arma que só usava em raras ocasiões já que mal sabia maneja-la._ Não me subestime – disse enquanto dava de ombros e coçava sua espeça barba que repousava em seu queixo – definitivamente.... irei lhe derrotar! _. Urrava sacando lentamente sua katana. Tsuru o sondou a procura de uma brecha, seria necessário usar a mente, pois o corpo já não respondia muito bem._ Seu corpo é grande, mas isso o tornar vulnerável, irei atacar seu ponto fraco, mas qual é esse ponto – por um momento Tsuru achou que não havia uma brecha naquela fera, mas... – já sei _. Urrou novamente apertando sua katana e correu em direção ao oponente, sua vida estava no fio de uma arma que não confiava, ele sabia que sua situação era delicada. O homem logo levantou os braços enormes para golpeá-lo, ele jogou seu corpo para direita e desferiu um golpe com a katana da direita para esquerda, no momento em que ele o fez, a enorme espada do homem caio sobre sua katana, o ressoar de metal com metal soou por todo o campo seguido de um grito gutural, Tsuru havia dado um golpe com sua bainha no braço do adversário logo após o seu oponente bloquear seu golpe, havia um hematoma enorme onde a bainha acertou, o homem mal podia levantar o braço, Tsuru o olhou e sussurrou._ Sua arma já era! _. O homem se esforçou para levantar o braço, mas não conseguia, então ele jogou a arma para a outra mão e virou para Tsuru. Os dois se olhavam apreciando o tempo, Tsuru se deliciava com o momento de vida ou morte, para ele naquela situação com aquele humano cada coisa simples tinha valor, o vento, o sol, o cheiro de sangue... a morte. Os dois dispararam na mesma direção e ao se aproximarem cada um realizou um golpe. Estava tudo quieto quando o humano perguntou._ Qual é o seu nome? _. O jovem abaixou a katana para falar._ Tsuru _. Dizia embainhando a katana._ Então esse é o nome do homem - o guerreiro caiu de joelhos - que me... matou _. Suas ultimas palavras saíram quase como sussurros inaudíveis, mas Tsuru pode ouvir._ Chame pelo meu nome quando chegar aos portões do inferno. Humano _.
Era um dia desgastante para o jovem, estava todo machucado devido a luta que teve, mas mesmo assim tirou um tempo para treinar, seus olhos pairavam sobre suas mãos estendidas a sua frente._ Preciso ficar mais forte – Sussurrou com um olhar amargurado – sou fraco _. Concluiu enquanto se levantava vagarosamente, se esticou testando seu corpo que parecia bem melhor, então se dirigiu ao armeiro._ Olá Josh – falou em um tom desanimado, sua voz expressava tristeza o que o armeiro pode perceber claramente – preciso de permissão para usar os pesos, estou fora do horário, mais não tenho nada a fazer, poderia por favor me ajudar? _. Josh era um anão magro e sem barba, era um dos melhores armeiros e cuidava do campo de treino, conhecia bem tsuru e logo percebeu que havia algo errado, sabia que o garoto não era assim e que estava deprimido devido a ultima luta._ Claro – disse com uma voz de consolo – não se preocupe com isso _. Tsuru agradeceu e partiu em direção a sala, Josh o viu sumir enquanto pensava se deixá-lo treinar era realmente o certo a se fazer.
Tsuru estava na sala de treinamento, era um local com o ar úmido devido a quantidade de gente e o calor que fazia, tinha as cores brancas e azuis da marinha desbotada pelas décadas, era um local bem conhecido pro ele, pois passou metade da vida treinando, ele se dirigiu até as barras de ferro, pegou os pesos e os adicionou a barra de supino, colocou 60Kg em cada lado, geralmente colocava somente 30Kg, mas essa é uma nova era, seu poder tinha que aumentar e ele sabia disso, alguns soldados olharam assustados para quantidade de peso e sussurravam incrédulos enquanto Tsuru se preparava, não ligava para as pessoas, somente havia ele e a barra o resto não existia no seu novo mundo. Suas mãos pousaram sobre a barra e se fecharam com a força de um novo homem, seus músculos todos estavam agitados, cada centímetro do seu corpo estava agora vivo, sussurrando para o mundo seu poder, seu braço se esticou e a barra de ferro pairou no ar, as estrias se formavam pelo seu corpo, seu rosto estava completamente tenso, a barra exercia uma pressão incrível sobre ele, parecia estar sendo esfaqueado, mas não desistiu, afrouxo o braço e deixou a barra deslizar vagarosamente até poucos centímetros do seu peito, o esforço era enorme, mais repetiu o processo mais oito vezes, seus músculos urravam, parecia que estava vivo; pulsando, olhou para a maquina de perna e mais uma vez extrapolou nos limites 160Kg, era peso de mais, a cada movimento de sua perna parecia que seus músculos definhavam, caminhavam para o nada, somente 5 vezes foi capaz de empurrar, mesmo apenas cinco era incrível poder ter feito ao menos uma, os outros anões olharam entusiasmados enquanto sussurravam._ É incrível termos homens assim entre nós, mesmo não sendo do exército é do nosso clã _. Dizia algum soldado.
Tsuru olhou em volta e viu um rosto familiar, era Turk um velho guerreiro que era famoso por suas charadas, Tsuru o olhou e o chamou, Turk se aproximou sem saber o que dizer._ Turk me conte um dos seus enigmas, preciso exercer minha mente junto com os músculos _. Disse Tsuru enquanto o observava._ Claro – disse Turk com um sorriso – vamos ver se consegue descobrir esse garoto – seus olhos viajaram por alguns segundos quando se voltou com uma cara de quem havia achado algo que procurava em sua mente - Um homem andava pela estrada – disse com tom histórico - a caminho da Aldeia Onde Todas as Pessoas Falam Verdade, que é vizinha da Aldeia Onde Todas as Pessoas Mentem. Nunca tinha ido a nenhuma das aldeias por isso não conhecia o caminho. Não lhe interessava, de maneira nenhuma visitar uma aldeia onde as pessoas não conseguem responder com a verdade a qualquer pergunta que lhes seja posta (como é o caso da Aldeia Onde Todas as Pessoas Mentem). A dada altura há uma bifurcação na estrada e ele sabe que para um lado está a aldeia para onde quer ir e para o outro a aldeia que quer evitar a todo o custo. Não sabendo se deve dirigir-se para a direita ou para a esquerda, fica confuso. Repara então, que mesmo na bifurcação se encontra uma mulher. Não sabe de qual das aldeias esta é proveniente e tem apenas uma pergunta para lhe colocar. Se ela pertencer à Aldeia Onde Todas as Pessoas Falam Verdade, vai com certeza responder-lhe de forma verdadeira. Se pertencer, pelo contrário, à Aldeia Onde Todas as Pessoas Mentem vai mentir-lhe certamente. Qual a pergunta que o pobre senhor deve colocar à mulher para saber para que lado se deve dirigir? _. Terminou com os olhos fixos em Tsuru, os outros soldados que estavam em volta, começaram a discutir entre eles qual seria a resposta, mas Tsuru não estava interessado nos outros, apanhou um peso de 40Kg de uma mão só e começou a levantar com o braço direito._ Estou confuso – pensou enquanto se exercitava – a mulher pode ser da aldeia que mente ou da aldeia que diz verdade, se eu pergunta o caminha da aldeia da verdade, a que mente vai me dizer o da aldeia que só fala a mentira, então eu posso correr o risco de errar, talvez, já sei – pensou atento – se eu falar que quero ir a aldeia que mente a que só mente me mandará a que fala a verdade, mas a que só fala a verdade me mandará a que mente... droga – praguejou enquanto trocava o peso de braço – de que forma posso estar certo... talvez se eu pedir para ir para a aldeia da moça, se ela for a que mente me mandará a aldeia que fala a verdade, e se ela fala a verdade me mandará a aldeia da verdade, é isso ! _. Afirmou orgulhoso. Tsuru olhou para Turk e disse._ Simples é só pedir-lhe que me envie a aldeia dela _. Disse enquanto ouvia os outros sussurrarem sem entender._ Parabéns garoto – disse Turk com um sorriso desanimado no rosto – forte e inteligente, como um verdadeiro soldado _. Concluiu enquanto observava o velho agradecer pelo jogo e continuar seus exercícios.